Pilotando de fogão a caminhão, a mulher\profissional dá show. Mas no mercado de trabalho, as restrições continuam. Ali, ela paga até pelo mais sagrado: ser mãe. Ao invés de bem recebida e, até comemorada por todos - inclusos chefes e patrões -, na maioria dos casos, a maternidade se transforma em outro desafio para a profissional: não bastasse em casa, ter que manter as forças para encarar os dias cansativos e madrugadas insones produzidos por recém-nascidos... Pior é que ela não conta sequer com amparo legal, já que direitos trabalhistas ainda não lhe garantem todo o necessário. A maioria precisa então se afastar dos bebês muito antes do ideal. Sob pena de perder o emprego logo após a licença maternidade. Pesquisas mais recentes concluíram que a participação no mercado de trabalho de brasileiras depois de terem filhos, é 33% menor que a dos pais. Entre profissionais, enquanto apenas 7% dos homens deixam o emprego para cuidar das crianças, nada menos que 30% das mães abrem mão da vaga pelo mesmo motivo. E na hora de voltar, o sexo feminino sofre ainda mais. Apenas 8% conseguem retornar até seis meses depois do parto: a maioria leva até 3 anos! E 31% simplesmente não conseguem. Vai daí, a profissional\mãe ser pessimista quanto ao seu crescimento na carreira: 60% julgam suas perspectivas no mercado muito ruins ou até péssimas, segundo estatística que ouviu mais de 5 mil delas em todo o Brasil. Acalme-se, mulherada! Eis que surgem, enfim, novas conquistas e boas transformações. Cientes dos diferenciais femininos como funcionária, várias empresas começam a facilitar a vida da mãe\empregada, via flexibilização de horário e formas de atuação. O home office, por exemplo, já é aceito por patrões, para quem precisa ficar em casa pelas crianças. Fruto positivo das rígidas imposições da pandemia, a solução atende, se não inteiramente, ao menos, o suficiente. Destaque-se que mesmo na condição de ainda se dividir entre filho e emprego, a mulher, na opinião das chefias, se sobressai pelo comprometimento com o trabalho, resiliência e criatividade. Além, claro, de pelo inesgotável talento em atender simultaneamente a ocupações mil.
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