Ser mãe qualifica a profissional

Como se não bastasse ganhar menos que o homem, a mulher é mais penalizada no mercado quando é mãe: 56% são demitidas de cara, na volta da licença maternidade. O recente levantamento, de um portal especializado em empregos, ouviu quase 300 mulheres entre 18 e 45 anos e relatou também: quatro entre cada dez mulheres já se sentiram discriminadas em processos seletivos para vagas, por revelarem ter filhos. Sob tanta pressão, muitas confessam já ter pensado em esconder dos empregadores, a maternidade. Outras vozes mais antenadas, entretanto, insistem: é imprescindível mostrar que é mãe.  "Filhos e carreira podem caminhar lado a lado, de forma sustentável já que a experiência da maternidade serve como impulso à qualidade da profissional." ressalta Michelle Terni, da consultoria Filhos no Currículo. A pesquisa do portal emprego.com.br também mostra, entretanto, a frágil compreensão dos empregadores. Quanto à licença maternidade, por exemplo, a imensa maioria oferece apenas o estritamente exigido por lei: 4 meses de afastamento. Só 18,3% disponibilizam 6 meses de licença para a funcionária - apesar do prolongamento de 2 meses, garantir às empresas, incentivos fiscais. E somente 2% dão mais tempo para as mães, em respeito às necessidades de cada caso. Estudo da Fundação Getúlio Vargas também confirma a rejeição do mercado à maternidade, ao concluir, inclusive, que em média 24 meses após voltarem da licença, quase metade perde emprego. E aí, escolaridade faz diferença: quanto mais estudaram, menor o número de demissões -  as demais, e  em geral mais necessitadas de emprego, são logo demitidas. Enquanto a grande massa empregadora segue discriminando a mulher-mãe-profissional, novos estudos com estatísticas modernas, mais construtivas para a sociedade, concluem apenas vantagens em outras realidades. Do tipo: se as mulheres participassem do mercado de trabalho na mesma proporção que os homens, o crescimento do PIB nacional - soma de todos os bens e serviços produzidos no país  - cresceria em média 30%. Ou ainda: ao empregar uma mulher e garantir-lhe promoções que a elevem ao time dos executivos da empresa, as chances do empregador de aumentar a rentabilidade do negócio, cresceriam até 50%. E porque? Porque é exatamente da experiência e responsabilidade de criar filhos que 99% das mulheres desenvolvem habilidades que as tornam muito mais eficazes como profissionais.

Ser mãe qualifica a profissional

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